sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Será coincidência que meus amigos de Poli tenham desistido

Com certeza não ! Meus amigos eram o lado mais fraco da corda: um deles órfão de pai e inquilino de uma senhora idosa. O outro filho de uma família proletária de classe média baixa. Provavelmente não passaram nas melhores classificações no vestibular. Estou me lembrando daquela teoria de que não importa o tamanho do trauma. O que importa é o tamanho do suporte que você tem para enfrentar o trauma. É claro que o trauma da Poli era muito mais fácil para quem morava ao lado da Universidade, que almoçava em casa com todo o carinho e amor da família, que tinha carro para se deslocar, que não era violentamente pressionado para terminar a faculdade e começar logo a trabalhar. Alguns dos 120 que tiveram de desistir simplesmente tiveram de trabalhar. Outros frente aos baixos resultados acharam que tinham mais a ganhar indo para outras profissões. Qual seria a história contada por essas desistências ? De uma coisa sabemos: a corda continua sempre arrebentando do lado mais fraco.  

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