domingo, 19 de abril de 2020

O desconfiado Sérgio

O Desconfiado Sérgio era engenheiro e tinha um alto cargo no Banco. Sérgio como bom engenheiro tinha os vícios de quem estudou engenharia, entre eles de duvidar de pontos "fora do curva". Mas Sérgio era alguém muito criterioso e muito preocupado com seus futuros executivos. E Sérgio foi buscar esses futuros executivos na Escola Politécnica da USP em 1986. Sérgio tinha em mente o típico engenheiro da Poli: o serviçal obediente e nada rebelde. Não obstante exigiu do seu RH toda a ritualística, exames, dinâmicas, testes, etc etc etc Sérgio era muito exigente e achava que sua oferta de emprego era irrecusável, o que lhe dava o direito de espremer os pobres jovens inexperientes o quanto quisesse. Pois surgiu uma surpresa na seleção do Sergio: alguém da Engenharia elétrica- modalidade eletrônica passou na sua rigorosa seleção. E agora estava na sua frente para a entrevista decisiva. Sérgio olhava as observações do seu RH. E então fazia perguntas para confirmar as observações. E foi vendo que os psicólogos tinham razão. O que Sérgio não sabia era que seu comportamento irritou profundamente o candidato, que ficou com vontade de pular no seu pescoço. Sérgio estava agindo como Auditor Interno desconfiado. Era o seu habitus. O que ele não sabia e nem se deu ao trabalho de perguntar era se o candidato tinha outra opção de emprego. Provavelmente isso não lhe passou pela cabeça nos seus desvarios de vaidade ilimitada. Pois é! Sérgio era talvez o Chefe certo na hora errada. Sua arrogância me enojou.

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