domingo, 12 de janeiro de 2020

A Mocinha Bonita da Periferia

Ou a mocinha inteligente da USP ? Ou a mocinha Rica de Campinas ? E assim as mocinhas foram se sucedendo: desejo, admiração e interesse. Beleza, inteligência e riqueza. Bonita, rica, inteligente e jovem. Só faltou se sentir Amada. Muitos Amores. Experimentações. Aprendizados. Solteira, viúva, divorciada. Italianinha, Portuguesinha, Alemazinha, Espanholita. Todas brasileiras. Nenhuma inglesa, Norte Americana,  holandesa, francesa, que são pouco significativas no Brasil. Das significativas só faltou uma turquinha (sírio libanesa). As mais belas eram jovens. A mais rica tinha olhos azuis. A mais inteligente não era a mais bonita. Na prática é preciso um equilíbrio. Todos buscam o que não tem. A menina da periferia não tem dinheiro. A Doutora da USP também não. A menina só vai ter dinheiro se seu pai lhe der. E só vai ganhar dinheiro se seu pai investir nela. Tipo pagar a Fundação Getúlio Vargas. Ou a Faculdade de Medicina. Ou o Colégio Bandeirantes. E esse pai não vai morar na periferia onde a renda per capita é 1.500. A mais rica vai morar no Cambui em Campinas. Eu deveria ter adivinhado pelo carro da Família. Todas brancas. Todas cheirosas. De todas alturas mas nenhuma baixinha. Nenhuma da área da saúde, só uma veterinária (saúde animal). Nenhuma de exatas. Nenhuma pobre. Nenhuma muçulmana ou evangélica ou protestante. Nenhuma culturalmente exótica. Bio psico social cultural e religiosa. Ninguém dos Jardins. Jardins só na visita a Fundação Ema Gordon Klabin. Ou no Passeio de moto pelas ruas. Ou no casamento na Rua Dinamarca. Ou no batizado na Alameda Lorena. Periferia só em último caso. Na USP não tinha acesso nem a Direito nem a Medicina. No emprego só tinha acesso a gente mais velha exceto estagiárias. No Bandeirantes a classe era masculina. Simplesmente essa foi a trajetória. E as faltas de oportunidades.  . . 

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