Outro dia li uma estimativa que dizia que 50% do capital das empresas brasileiras era de terceiros. Não faço idéia de quantos reias cada brasileiro deve (a maioria tem financiamentos de casa, carro). Alguns devem para operadoras de cartões de crédito, bancos (através de empréstimos pessoais, cheque especial) e lojas (carnês). Levando-se em conta os juros praticados no Brasil, imagino o quanto de renda é transferrida para os bancos e demais intermediadores financeiros. O mais interessante é que como o nome já diz, bancos, financeiras e congêneres apenas INTERMEDIAM. Ou seja, pegam o dinheiro de quem tem sobrando, e, usando o seu "expertise", emprestam a quem tem necessidade. Em troca de seus serviços cobram spreads elevados e enriquecem seus controladores. Juros são o "preço" do dinheiro. Para que os juros sejam baixos, em teoria, deveríamos ter muitos ofertadores de dinheiro (muitas pessoas com sobras financeiras e que estão dispostas a emprestar seu capital a terceiros) e poucos tomadores de dinheiro. No Brasil temos muitos devedores e poucos poupadores. O Governo é um dos maiores devedores e a estimativa acima diz que a maior parte das empresas também são. Os juros nada mais são do que o meio inventado pelo homem para contornar o tempo. Explico: caso você queira usufluir de um bem hoje, para o qual não possui o dinheiro necessario, você terá de pagar a alguém que lhe empreste o dinheiro. Como você terá de pagar "em prestações", lhe será cobrado juros, como forma de recompensar o seu credor pelo risco de lhe emprestar e também por se privar ele, o credor, de gastar o dinheiro como lhe aprouver. O segredo aqui está na taxa de juros, pois sua fórmula é exponencial com o tempo. Ou seja, taxas altas e prazos longos farão o devedor pagar muito pelo sua decisão de antecipar seu consumo. Resumindo: Aparentar o que não se tem pode custar muito caro. O preço pode ser muitos anos de trabalho.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário