sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

O papel do pai nas separações e recasamentos

Recentemente li (superficialmente) uma tese sobre o tema acima. O assunto me interessou pelo fato de me dar uma idéia do que acontece com os outros, de forma a mediar o que acontece comigo, já que me incluo nessa situação. O que transpareceu dos depoimentos dos pais citados e que mais me chamou a atenção foi o seguinte:
- Seus primeiros casamentos aconteceram muitas vezes por acaso: Estavam namorando e a namorada engravidou. Ou seja, não houve um desejo real de ser pai. Eles eram jovens cursando ou terminando o ensino superior (essa foi a amostragem da pesquisa: homens com nível superior, supostamente de classe média na ocasião em que a pesquisa foi feita).
- Todos casaram e depois se separaram dessas mulheres.
- Os contatos com os filhos foram em geral dificultados pelas ex mulheres e eram "mediados" pela ex esposa. Ou seja, quando essa ex esposa passava uma imagem positiva do pai ele tinha acesso aos filhos e uma convivência mais harmoniosa com eles. Do contrário os pais não tinham tal prerrogativa.
- Tambem houve pais que se sentiram "livres" e somente cumpriam o mínimo que a lei estabelece, ou seja, o regime de visitas padrão. Não estavam nem aí para os filhos.
- Os sujeitos casaram-se novamente, alguns com mulheres que já possuiam filhos. Com relação a esses filhos eles se sentiam "pais" dos mesmos, sempre ressaltando que o pai biológico também tinha importância e seu lugar era preservado.
- Alguns também tiveram filhos com essas novas esposas. Assim existiam três tipos de "paternidade": A dos filhos do primeiro casamento. A dos enteados. E a dos filhos da nova relação.
O Flávio Gikovate já apontou os possíveis problemas desse tipo de configuração familiar, motivado pelo ciúmes entre todos os filhos envolvidos.
De minha parte resta saber que não sou o único a ter problemas com relação a filhos de casamentos anteriores, parecendo que os problemas são típicos de uma época ou de comportamentos característicos dos gêneros.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Pessoas Incoerentes

Matéria de hoje na Folha de São Paulo fala do grande número de pessoas que são incoerentes, a começar do Presidente Lula, que incita os pobres contra os ricos e depois adota medidas para agradar a FIESP por exemplo. Pessoas que seguem aquele ditado: Faça o que eu falo e não o que eu faço. Muito comum com pessoas que "dão conselhos": Uma vez, em época de grande instabilidade econômica-financeira, devido a inflação altíssima, perguntei a um colega de serviço onde ele aplicava seu dinheiro. Ele me respondeu: na poupança. Depois, no mesmo dia, descobri que ele comprava dólares com seu salário junto as corretoras da empresa. Todos nós conhecemos pessoas "religiosas" que vão a missa e coisa e tal mas que não são capazes nem de doar os cacarecos que possuem em casa. Empresários que patrocinam obras sociais mas que pagam salários miseráveis aos seus empregados e por ai vai. O que fica claro com relação a essas pessoas é que as mesmas NÃO SÃO CONFIÁVEIS.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A Capitalização de Empresas e Indivíduos

Outro dia li uma estimativa que dizia que 50% do capital das empresas brasileiras era de terceiros. Não faço idéia de quantos reias cada brasileiro deve (a maioria tem financiamentos de casa, carro). Alguns devem para operadoras de cartões de crédito, bancos (através de empréstimos pessoais, cheque especial) e lojas (carnês). Levando-se em conta os juros praticados no Brasil, imagino o quanto de renda é transferrida para os bancos e demais intermediadores financeiros. O mais interessante é que como o nome já diz, bancos, financeiras e congêneres apenas INTERMEDIAM. Ou seja, pegam o dinheiro de quem tem sobrando, e, usando o seu "expertise", emprestam a quem tem necessidade. Em troca de seus serviços cobram spreads elevados e enriquecem seus controladores. Juros são o "preço" do dinheiro. Para que os juros sejam baixos, em teoria, deveríamos ter muitos ofertadores de dinheiro (muitas pessoas com sobras financeiras e que estão dispostas a emprestar seu capital a terceiros) e poucos tomadores de dinheiro. No Brasil temos muitos devedores e poucos poupadores. O Governo é um dos maiores devedores e a estimativa acima diz que a maior parte das empresas também são. Os juros nada mais são do que o meio inventado pelo homem para contornar o tempo. Explico: caso você queira usufluir de um bem hoje, para o qual não possui o dinheiro necessario, você terá de pagar a alguém que lhe empreste o dinheiro. Como você terá de pagar "em prestações", lhe será cobrado juros, como forma de recompensar o seu credor pelo risco de lhe emprestar e também por se privar ele, o credor, de gastar o dinheiro como lhe aprouver. O segredo aqui está na taxa de juros, pois sua fórmula é exponencial com o tempo. Ou seja, taxas altas e prazos longos farão o devedor pagar muito pelo sua decisão de antecipar seu consumo. Resumindo: Aparentar o que não se tem pode custar muito caro. O preço pode ser muitos anos de trabalho.

O Jogo

Incrível como sempre teremos pessoas que gostam de jogar e arriscar a sorte. Pode ser nos cavalos, na loteria esportiva, na loto ou na mega sena. Ou pode ser na bolsa de valores ou em um negócio próprio ou com parentes. Pessoas que vão tentar a sorte em países distantes onde "tudo é lindo e maravilhoso". Lembram-me o herói Ulisses, que pediu para ser amarrado ao mastro principal do seu navio, para não ser tentado pelos cantos das sereias. Sobre esse aspecto da vida humana gosto muito da constituição dos Estados Unidos que diz que cada um é livre para buscar a felicidade como puder e onde quiser. O único "jogo" de que participo é o seguro do carro: nele aposto o prêmio para ter sossego quanto a algum sinistro eventual. Caso o sinistro ocorra (furto por exemplo) terei ganho a aposta. Caso nada ocorra, a seguradora e os demais "sinistrados" levarão a bolada. Um caso singular são as bolsas de valores. Nos Estados Unidos as empresas tem de distribuir uma parte significativa dos seus resultados na forma de dividendos aos acionistas. Então entre o povo americado é comum formar uma carteira de ações ao longo da vida e complementar a aposentadoria com esses dividendos. Isso exige que os balanços das companhias sejam muito bem feitos e auditados, para dar transparência a todo o processo. Assim sendo, em termos ideais , as companhias durariam muito mais tempo do que as pessoas e dariam lucro eternamente, permitindo uma velhice tranquila. Aqui no Brasil seria loucura pensar dessa maneira, pois as empresas não são obrigadas a distribuir seu lucro aos acionistas, os balanços são muitas vezes obras de ficção (mesmo as companhias abertas, que deveriam ser transparentes e que estão obrigadas a serem auditadas externamente, apresentam balanços muitas vezes falsos). Tudo isso leva as pessoas a formarem uma carteira de imóveis de aluguel, ao invés de terem uma carteria de ações. Imóveis de aluguel também têm seus riscos é verdade. Como todo e qualquer risco, quem está sujeito a ele deve fazer o máximo para minimizá-lo.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Toda Empresa Precisa de um Dono

A frase acima foi dita pelo Diniz do grupo Pão de Açucar e é parecida com aquela velha conhecida: O olho do dono é que engorda o boi. Entramos aqui no ambito das empresas que "tem dono", ou seja, empresas familiares. Sabemos que 90% das empresas são familiares. No entanto, entre as grandes empresas, muitas são de donos "pulverizados", já que abriram seu capital nas bolsas de valores. Poderia falar da bolsa de valores também mas prefiro neste momento falar das empresas que não tem dono. Essas empresas são em geral muito melhores para trabalhar do que as que tem dono, pois são mais igualitárias e transparentes. É claro que nelas também existem problemas mas não existe uma vontade única e onipresente nelas. As grandes questões são discutidas e em geral resolvidas de forma mais racional e menos pessoal (existem exceções). São muito mais democráticas em geral e mais generosas com seus funcionários. O lucro é dos seus acionistas, os quais esperam a distribuição dos dividendos para complementar sua renda ou até mesmo para sobreviver no caso de aposentadorias. Sua formação permite em geral que a empresa dure muito mais anos que as familiares, já que os problemas de sucessão são em geral resolvidos (sabemos que as empresas familiares em geral não passam da segunda ou terceira geração). Algumas das empresas que não tem dono são do governo. Essas então são mais generosas ainda com seus empregados. Uma caracteristica das empresas que não tem dono é terem uma auditoria forte e atuante (exceto as do governo). Justamente porque os acionistas querem que suas diretrizes sejam cumpridas e se possível que os desfalques e furtos sejam minimizados. Para acorrer uma fraude são necessários três ingredientes: oportunidade, vontade e certeza da impunidade. Em empresas com auditoria atuante a certeza da impunidade nunca ocorrerá.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

A INVEJA

Hoje resolvi escrever sobre minha velha conhecida, a inveja. Conhecida não porque eu seja invejoso, pois que me lembre fui conscientemente apenas uma vez, quando estava gravemente enfermo, e invejei quem tinha saúde plena. Falo das muitas vezes (contei pelo menos 15) em que pessoas demonstraram sua inveja diretamente para mim. É notório quando as pessoas sentem inveja: suas feições o denunciam. Ficam com uma cara de c... Algumas reagem com violência explicita. Outras conseguem se expressar de uma forma educada: - Gostaria de ser como você (ou ter o que você tem). Outras ainda usam do expediente de te maldizer pelas costas (e você acaba sabendo). Outras simplesmente se afastam, para não se sentirem inferiores. A mim parece que a inveja é o preço do sucesso. Ninguém inveja um fracassado.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Tirania Infantil

Mais um artigo comentado escrito pelo Contardo Caligaris na edição da Folha de São Paulo de hoje. Ele explica resumidamente que os pais tem medo de perder o amor dos filhos. Que os pais tem medo de punir os filhos por esse motivo e que atualmente os pais se desdobram para agradar os filhos, devido a esse medo de perder o amor dos filhos. Hoje em dia não basta ser o pai ou mãe do filho. Parece ser necessário não "traumatizá-lo" com limites pois senão ele não amará os pais. A consequência é que quando os pais chamam a atenção dos filhos logo sentem culpa e vão ao seu encontro com afagos e mimos. Essa é a política de educação conhecida como "bate e depois assopra", cuja consequência é gerar nas crianças sentimentos de manipulação e chantagem. Triste época para criar filhos esta a nossa !

Filhos só Valorizam os Pais a partir dos 22 anos

Fico maravilhado com os resultados das pesquisas a que temos acesso hoje com a internet e com o desenvolvimento em geral. Elas nos ilustram, permitindo entender os eventos que nos cercam no dia a dia. Também nos permitem compreender o passado, o presente, e até mesmo intuir o futuro. Uma dessas pesquisas afirma o que está escrito no título acima . . . nela podemos ler que só quando o filho (ou filha) tem de enfrentar o mundo é que eles descobrem como seus pais colaboraram para o bem estar deles(as). É incrível que seja assim . . . seria de se esperar que os filhos fossem menos "animais" e mais inteligentes, ou seja, tivessem a empatia (item tratado anteriormente) para perceberem que seus pais se privam de muita coisa em favor deles. Não se trata de fazer o filho se sentir um "devedor" dos pais mas fazê-lo apenas reconhecer esse fato. Quanto tempo, trabalho, despesa e preocupação são investidos em um filho de classe média e ou alta ? Todos queremos o melhor para nossos filhos. Eu particularmente não pretendo mais ter filhos, pois não me vejo em condições de proporcionar o que acho que um filho precisa, em termos financeiros, dedicação e trabalho.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Foi apenas um Sonho !

Esse foi o nome em português de um filme que recentemente assisti, baseado num romance inglês ou americano e que foi estrelado por Leonardio Di Caprio e Kate Winslet. O filme é muito bom e a temática abordada mais ainda: fala da necessidade narcisistica que temos de nos acharmos importantes e diferentes da maioria dos nossos "semelhantes". Abordei em outros artigos esses dois aspectos isoladamemente (o narcisismo e a necessidade de nos sentirmos importantes). Pois o filme trata de um casal que achava que era diferente dos seus "iguais" e que sucumbe ante as imposições da vida (filhos e necessidades profissionias). Um casal que imaginou a glória através do estrelato no teatro (para a mulher) e não sei bem o que (morar em Paris ? Ser sustentado pela mulher ? ) para o marido. As pretenções do casal são esmagadas pelo fracasso como atriz da mulher e com o emprego que o marido possui, na mesma firma em que seu pai trabalhou. Ajuda a montar o cenário a vida no subúrbio de alguma cidade pequena/média dos Estados Unidos. O filme me faz lembrar dos sonhos infantis ou juvenis: ser bombeiro, astronauta ou piloto de caça. Quantos não sonharam isso ? e quantos conseguiram realizar seu sonho ? O mesmo vale aqui no Brasil para ser jogador de futebol para os meninos e atriz, ou modelo, para as meninas. Tem também os que querem ser cantores ou cantoras , duplas sertanejas e até piloto de formula um. Todos em busca da glória . . . do reconhecimento social, da recompensa financeira ilimitada. Exemplo disso são os programas de televisão que são mais assistidos: novelas com suas histórias de contos de fada e Big Brother Brasil, onde "celebridades" escolhidas pelo seu apelo visual disputam um milhão de reais . . . Parece que a dura realidade de muitos brasileiros é a de apenas ter um sonho e se tirarmos esse sonho deles não restará mais nada . . . nenhuma esperança.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Jovens X Velhos

Outro dia ouvi um sujeito comentando sobre Mark Phelps que foi pego fumando maconha: Ele é jovem, por isso fez essa besteira. Incrível como essa é a regra na cabeça da maioria das pessoas. Inclusive a propaganda se baseia em parte nessa premissa. Outro grupo que é acostumado a fazer besteira são os velhos. Quantos não caem nos contos do vigário ou então são vítimas de todo tipo de chantagem emocional. Quem não erra ? Acho que existe a tal "curva da aprendizagem". Os empregos pressupõem que os iniciantes tem muito a aprender e que necessitam ser supervisionados. Talvez seja o resultado da experiência com a "média" dos jovens . . .