terça-feira, 30 de setembro de 2008

Casamentos, enterros e inventários !

Parece que essas serão as únicas ocasiões para encontrar parentes nos dias de hoje. Já ouvimos (mais de uma vez) pessoas da família dizerem que sua "família" eram apenas o conjuge e os filhos. É normal termos mais afinidade com alguns familiares e menos com outros.Ao contrário dos amigos, que escolhemos por uma proximidade, em geral intelectual, ou seja, concordamos com eles em vários aspectos da existência, os parentes já estão ai quando nascemos. Os amigos podemos dispensar, conforme nosso desejo. Já os parentes estarão ai ate´o dia em que um de nós morrer. É normal nos aproximarmos de quem tem opiniões parecidas com a nossa, embora os que discordam de nós são aqueles que podem nos fazer ampliar nossa envergadura mental. É o debate, que ganhou o nome de "brainstorm" em inglês. Sabemos que não são raros problemas dentro da própria família nuclear(pai, mãe e filhos) que se dirá na familia ampliada, com tios, tias , primos e primas.

As leis no Brasil

O Brasil é um pais de muitas leis e de uma grande instabilidade jurídica. Leis são criadas ao longo do tempo para regular o mesmo assunto. Isso é verdadeiro em assuntos "de longo prazo", como previdência social (as regras para aposentadoria) e em direito de familia, haja vista as regulamentações sobre sucessão e heranças, principalmente em se tratando de uniões estáveis. As regras mudam com relação ao casamento e divórcio também. E quando temos disputas judiciais fica claro o "rebu" que nos aguarda, com recursos e mais recursos as instâncias superiores, com inventários demorando até 20 anos para ter uma decisão final. O mesmo vale para os esbulhos que o governo efetuou nas contas de poupança nos tempos de hiperinflação. O prazo para recorrer a justiça é de 20 anos. Pode-se esperar mais uns bons anos até uma decisão final. Somente aqui no Estado de São Paulo foram ajuizadas 4 milhões e 200 mil ações em primeira instância no ano de 2008. Percebe-se pelo número como nossa sociedade é conflitiva. Percebe-se também o porque de tanta demora em termos uma sentença final. Neste exato momento temos dois inventários em andamento na família. Um já dura 5 anos e o outro 3. O de 3 anos já foi homologado e deve terminar em breve. Tudo isso é muito desgastante e custoso, sendo que o aspecto jurídico até prejudica o Brasil, quando o pais disputa investimentos estrangeiros.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

A Ignorância e a Teimosia

Temos enfrentado situações familiares onde a ignorância tem se mostrado de forma clara e inequívoca. Existem histórias várias, como a do tio que perdeu uma fortuna ao passar o comando dos negócios a primos ineptos ou a do primo que ficou parado no tempo e também perdeu dinheiro em uma sociedade com o cunhado. Temos o caso da minha filha, criada por avós de duvidosa capacidade (já erraram na criação dos próprios filhos). Agora outras questões estão emergindo: o tio que tem alzhaimer (desculpem mas não sei escrever essa palavra ainda) cujos rendimentos estão sendo recebidos não se sabe por quem e a tia que não tem muito tempo de vida, que não sabe disso (aparentemente) e que é teimosa quem um burro. Por fim existe o caso de mais uma tia, que já não fala e dá mostra de sinais claros de demência, que é assessorada por uma prima, prima essa que também é um osso duro de roer, e que, para prejuízo da minha tia, pensa que poderá movimentar a conta corrente da tia através da impressão digital dela. Em se tratando de assuntos de familia, meu pai conseguia ser aceito pelos seus familiares e todos aceitavam os seus conselhos. Agora que ele está morto, cada um mostra a sua cara, através das bobagens que fala. Eu tento ajudar mas muitas vezes minhas ponderações não são aceitas e é nessa hora que vejo o quanto minha vó tinha razão quando dizia: Na sua casa cada um manda. Ou como me ensinou meu pai: Você não paga as minhas contas e eu não pago as suas, então cada um na sua. Acontece que eu tenho um interesse quase científico com relação aos parentes. Uma curiosidade intelectual. Parecida com aquela que um psicanalista tem com seus pacientes. Eu tenho um real interesse por eles mas muitas vezes só posso observar. Ouço o que eles dizem e ouço muitas bobagens, daí a ignorância do título. A teimosia é quase uma consequência da ignorância: caso o ignorante não fosse teimoso, escutaria o que outros lhe dizem, ponderaria, ou procuraria se informar, e, então, mudaria seu ponto de vista, ilustrando-se. Aprendi, inclusive por força da profissão que exerci, a de auditor, que a maioria dos problemas acontecem nas "interseções" ou nas passagens (de informações, dinheiro, dados) entre as pessoas ou nas trocas de pessoas e/ou fornecedores. Para que essas transações funcionassem era preciso competência por parte das pessoas envolvidades e boa comunicação, ou seja, que as pessoas falassem a mesma lingua e se entendessem. Estamos numa fase familiar em que essas "transações" estão em andamento, com tios e tias idosos, sem filhos, necessitando passar adiante seus bens, rendimentos e a própria responsabilidade sobre si mesmos. É portanto um momento delicado e como aprendi ao longo da vida, sujeito a todo tipo de problema. Poderia ser diferente mas infelizmente não é essa a realidade. Precisamos de bons administradores, honestos e competentes, que queiram doar-se para cuidar de nossos tios e tias. Quem se habilita ?

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Descobertas do Censo de 2007

Finalmente algumas coisas estão mudando no Brasil em relação a composição das famílias. Embora ainda timidamente, algumas famílias estão adotando um modelo que eu conheço há uns 20 anos, chamado de dinc, abreviação de "double income no children" (eu também conhecia por dink = "double income no kids") que quer dizer em português: dupla receita sem crianças. Ou seja, casais que optam por não ter filhos (pelo menos durante um tempo do casamento) até o momento que julgarem conveniente ou não adotar essa empreitada. São casais situados no topo da pirâmide social e economica, estando entre os 10% mais ricos aqui do Brasil. Ouvi comentários a respeito e uma coisa que me chamou a atenção foi a "mudança" ocorrida nas mulheres, que estão se distanciando do padrão "animal" de se acasalar e imediatamente ter a cria rsrsrsr. Por muito tempo a maternidade (e a consequência dela, a formação da familia) foi quase unipresente aqui no Brasil. Quem se insurgia contra os dogmas vigentes era execrado. Basta lembrar que os familiares sempre perguntavam quando você ia casar (para as mulheres) e depois de casar, quando iriam ter filhos. Não ter filhos era quase uma maldição. Todas tinham de casar e ter filhos . . . Tenho uma amiga que se casou com medo de ficar para "titia" . . . acho que essa questão tem a ver com o "crescei e multiplicai-vos" e com a natureza da mulher, o que a cultura parece estar modificando, também graças as mudanças ocorridas na vida de todos nós.

Familias Americanas X Familias Brasileiras

Já falei um pouco aqui das diferenças entre Estados Unidos e Brasil, tal como ser protestante ou católico pode mudar completamente a visão do mundo da pessoa, basta dizer que a palavra lucro no latim vem de "logro" e profit (a palavra equivalente em inglês) vem de proficiencia, que é fazer as coisas bem feitas. Ou seja, quem tem lucro no Brasil é quem logra alguém. Já nos Estados Unidos teria lucro quem faz alguma coisa bem feita. Parece familiar não ? Pois bem, existem outras diferenças. Por exemplo: Nos Estados Unidos espera-se que os filhos se tornem independentes dos pais ao atingirem 18 anos. Nessa idade ou os filhos se mudam para o local onde está a Universidade que irão cursar ou então começam a trabalhar e passam a se sustentar sozinhos. Caso os filhos continuem morando na casa dos pais, esses em geral cobram uma pensão do filho, para mostrar claramente que aquela não é mais sua casa. É claro que tudo isso é facilitado pela sociedade americana, onde os juros são muito baixos (pelo menos até a recente crise). Nos Estados Unidos é comum comprar-se carro e casa tão logo se tenha um emprego estável, graças ao crédito farto. Aqui no Brasil existem dificuldades com relação a esse aspecto. Também nos Estados Unidos as visitas dos filhos aos pais são mais esparsas, não existindo uma coisa tal como os almoços de domingo que temos aqui no Brasil, onde são reunidos todos os filhos e agregados a mesa, as espensas dos pais. No minha opinião existe excesso por parte de muitas familias brasileiras, que querem super proteger os filhos, criando pessoas imaturas e infantis, despreparadas para a vida, que não raro ficam para sempre na casa dos pais, mesmo tendo condições de viverem por conta própria. Isso quando não se casam e fazem da vida do conjuge um inferno, como aliais aconteceu no meu primeiro casamento.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Banco General Motors S/A

Este foi meu segundo emprego. A empresa cuidava da parte financeira da General Motors do Brasil e era composta por 4 empresas, a saber: Banco General Motors, General Motors Leasing, Consórcio Nacional GM e GM factoring. Fui auditor geral de todas essas empresas. O que na Kodak era uma unidade entre outras três (finanças, junto com vendas e manufatura) no Banco era a atividade fim. Tinhamos a clássica divisão entre diretoria financeira (com a contabilidade e seus departamentos anexos) e a Tesouraria. O Banco tinha por objetivo financiar a venda dos carros produzidos pela General Motors. Sem financiamento, bens duráveis como os carros não seriam vendidos e a indústria fecharia. O objetivo era escoar a produção dos carros e por isso muitas taxas de juros eram subsidiadas pela manufatura. O dinheiro para financiar era captado no mercado e a tesouraria tinha o "caixa" da GM sob sua custódia. Por ser um banco, tinhamos uma mesa de operações e portanto não pagávamos "pedágio" a outras instituições para captar ou aplicar recursos. Enquanto a Kodak era uma empresa do setor secundário da economia (comércio e indústria), o banco é uma empresa do setor terciário (serviços). A estrutura na época em que trabalhei lá tinha uma 12 filiais espalhadas pelo Brasil e uma das minha funções era auditá-las. Foi também uma ótima escola e um bom lugar para trabalhar, apesar dos problemas pessoais que tive nesse período.

Kodak Brasileira Comercio e Industria Ltda

A Kodak foi meu primeiro emprego. Depois de uma passagem rápida pela área de assistência técnica, fiquei um ano na área de informática (telecomunicações) e finalmente terminei na área de auditoria, onde efetivamente fiz carreira. A Kodak era uma empresa de tecnologia avançada, a segunda que mais emitia patentes nos E.U.A (a primeira era a 3M). Possuia em 1980 o maior parque industrial continuo do ocidente, na cidade de Rochester, localizada no estado americano de Nova York. Na condição de auditor eu tinha acesso a todas as áreas e departamentos da empresa. Efetuava revisões e tinha de compreender o "negócio" e recomendar melhorias e/ou correções de forma que os objetivos da alta direção fossem atingidos. A empresa era sofisticada e adotava técnicas modernas de administração, importadas da matriz americana. Em termos de administração, as empresas americanas são referência e os Estados Unidos continuam a ser a maior economia do mundo. Por isso acho interessante descrever a estrutura que existia na empresa quando lá trabalhei. Tratava-se de uma empresa de bens de consumo, cuja produção era bastante sofisticada. Com produtos dessa categoria tinhamos três grandes áreas: a diretoria financeira, a diretoria de marketing/vendas e a diretoria industrial. A parte essas grandes áreas, tinhamos vários departamentos que se reportavam diretamente a presidência, como jurídico/legal, distribuição, recursos humanos, informática. Esses departamentos eram chamados de "staff" e as três grandes áreas eram chamadas de "linha". Essas denominações designavam as caracteristicas dos departamentos, ou seja, a "linha" era inerente a finalidade da empresa e o "staff" seriam áreas não essenciais ao negócio mas necessárias para suportá-lo. O organograma era bastante mais complexo e foi se adaptando ao longo do tempo e as condições que a empresa enfrentou para sobreviver. O mesmo aconteceu com os profissionais contratados e demitidos da empresa. O negócio principal da empresa era "imagem" e mudou depois para informação na forma de imagem. Esse foco era bastante interessante, já que 60% da informação que chega ao cérebro das pessoas vem da visão e uma imagem vale mais de 1000 palavras (provamos isso matematicamente na faculdade de engenharia). Foi uma experiência e tanto ter trabalhado nessa empresa.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Escola Politécnica da USP

Talvez a mais famosa escola de engenharia da país junto com o ITA - Instituto de Tecnologia da Aeronautica, com a distinção de que o ITA é uma escola pequena e isolada, tem uns 600 alunos apenas, enquanto a POLI deve ter uns 4.000 alunos só na graduação. A POLI é uma escola mais que centenária e o ITA tem uns 60 anos. Passar no vestibular para estudar na POLI é mais fácil que sair de lá formado, tamanha a dificuldade que os alunos enfrentam. O número de especialidades que a POLI oferece é muito superior ao que o ITA oferece. Hoje em dia as coisas parecem que melhoraram e o número de formandos da POLI aumentou. Posso falar um pouco da especialidade de engenharia eletrônica. Uma das especialidades mais difíceis, com muita, mas muita matemática e estatística. Uma especialidade cujo conhecimento dado na graduação fica obsoleto em cinco anos ou menos, obriga a escola a dar o básico ao aluno e o mesmo que se especialize no trabalho, conforme a necessidade do lugar em que ele for trabalhar. E por mais incrível que pareça é uma área de difícil inserção, pois quase tudo é "importado" e específico. Diferente da engenharia mecânica que é um "faz tudo" na indústria. Ou do engenheiro civil, que também dificilmente pode ser "importado". Os mais bem sucedidos nestes últimos 20 anos de sucateamento da engenharia foram os engenheiros de produção, que foram absorvidos pelos bancos e hoje são diretores e presidentes. Os outros estão por ai na luta, como meus amigos Alvaro e Nelson. Muitos abandonaram a profissão (lembrem-se de que só 33% exercem a profissão segundo pesquisa realizada recentemente). E assim vamos !!!

A Capacidade de Pensar Criticamente e Ter Opinião Própria

Muito da minha capacidade de pensar criticamente e ter opnião própria foi fruto da minha experiência escolar. No colegial tinhamos que resolver provas enormes (eram "cadernos" de prova) onde muitos problemas eram "originais" (não havíamos visto exercícios idênticos na sala de aula) e muitos eram extraídos de vestibulares. Depois na universidade a coisa evoluiu, pois praticamente somente de 20 a 30% da matéria era dada em sala de aula. Os restantes 70 a 80% tinham de ser aprendidos por conta própria, através de livros os mais variados, listas de exercícios que não eram corrigidas pelos professores, apostilas e tudo o que fosse possível. Os professores estavam muitas vezes preocupados com suas teses de mestrado e doutorado, que lhes trariam $$$ e viam as aulas como algo de que não podiam se livrar de bom gosto. Conclusão: muitos eram péssimos professores, sem nenhuma didática e como eram funcionários públicos não temiam uma eventual demissão. Para enfrentar essas dificuldades eu tinha que usar o cérebro e isso me ajudou a conseguir a capacidade de pensar criticamente e ter opinião própria, coisa que a maioria das pessoas evita, conforme podemos observar em vários artigos publicados aqui anteriormente (juventude amorfa, a educação das crianças atualmente, rotina e previsibilidade e outros mais).

Profissões Clássicas: Engenharia, Direito e Medicina

As profissões clássicas são engenharia, direito e medicina. Cerca de 40% dos vestibulandos optam por essas carreiras. No vestibular da FUVEST, os treineiros concorrem a carreiras fictícias nas áreas de humanas, biologicas e exatas que simulam os pesos dessas carreiras. O ditado popular diz que o engenheiro é o mais inteligente, o médico trabalha mais e o advogado ganha mais. Devem existir mais de 150 carreiras universitárias atualmente mas, as profissões clássicas têm maior número de formandos por uma razão social: são profissões (teoricamente) muito necessárias. Digo teoricamente porque, nos últimos 30 anos, a engenharia no Brasil foi sucateada, não pelas escolas, mas pelo mercado (incluído o governo). Os advogados se multiplicaram tanto que o Brasil é conhecido como o país dos bacharéis. Já a qualidade dos futuros advogados deixa a desejar, como provam os exames obrigatórios da Ordem dos Advogados do Brasil. Quanto aos médicos não é diferente: exceto os formados por escolas conceituadas, os demais pagam caro e têm um ensino ruim, fato comprovado por exame realizado pelo CREMESP em exame facultativo. Eu particularmente tenho conhecimento como engenheiro de formação que sou e também tenho experiência como cliente de advogados e de médicos. Até hoje conseguimos nos salvar . . .

Universidade de São Paulo - USP

Ano que vem a Universidade de São Paulo estará comemorando 75 anos desde a sua fundação em 1934. Comparada as universidades da europa, Estados Unidos e até mesmo da américa latina, a USP é uma criança. Mesmo assim, a USP é a melhor universidade em termos de classificação internacional do Brasil. Tive o privilégio de estudar na USP. Por duas vezes passei no vestibular da FUVEST (o maior vestibular do pais), para carreiras concorridas e de díficil aprovação, ou seja, engenharia na Escola Politécnica e Administração de Empresas da FEA. Infelizmente tive de escolher cursar apenas uma das escolas para as quais fui aprovado, e optei pela POLI. Algumas carreiras não são tão concorridas mesmo na USP, e, dentro da própria universidade existe uma elite. Temos portanto uma elite intelectual (entrar na USP), quando comparado com outras faculdades confessionais ou particulares com o mesmo curso. Assim, falar que um aluno de historia da USP deva ser melhor preparado que outro de uma faculdade qualquer é razoável. O que não é tão obvio é que um aluno de administração, digamos da PUC, pode ser melhor preparado que um aluno de história da USP. Mesmo dentro da Escola Politecnica (POLI) existia uma disputa pelas áreas de engenharia mais cobiçadas, uma espécie de vestibular interno, onde os melhores classificados escolhiam a área e a engenharia específica que iriam cursar. Qualquer semelhança com a Academia Militar das Agulhas Negras me parece que não era simples coincidencia . . . Uma das melhores coisas de se estudar numa universidade do tamanho da USP, em particular na cidade universitária, é o contato com pessoas de todas as áreas. Para quem era curioso como eu, era uma maravilha explorar as bibliotecas dos diversos institutos, entrar nos diversos centros acadêmicos, participar dos inúmeros eventos abertos a toda comunidade, ver aulas magnas . . . foi um tempo de muitas descobertas, as quais alunos de faculdades isoladas com certeza não têm acesso. Bons tempos aqueles . . .

Colégios da Elite Paulistana

Recentemente li uma tese de doutorado com esse título. Interessante notar que o municipio de São Paulo tem quase 11 milhões de habitantes e a região metropolitana 20 milhões. Com esse tamanho é razoável esperar que existam colégios para os filhos dos muito ricos e também para os não tão ricos assim, que no entanto procuram educação de qualidade. Cada colégio tem um público (ou clientela) e uma filosofia. Li a tese, que embora não citasse nominalmente os colégios, permitiu pelos dados descritos saber que se tratavam do Colégio Bandeirantes, Colégio Santa Cruz e Colégio Agostiniano Mendel. Interessante notar que também li uma outra tese, feita com o mesmo objetivo (analisar os colégios da elite) mas que focou tempos mais antigos, quando os ricos ainda estavam ligados a oligarquia rural e a industrialização (décadas de 50, 60 e inicio da década de 70). Essa outra tese acompanhou a vida de vários alunos, através de vários anos, nos aspectos educacional, profissional, social e até matrimonial. Minha relação com esse assunto é um pouco mais íntima do que pura curiosidade intelectual, pois estudei no Colégio Bandeirantes de 1979 a 1981 (antigo segundo grau - atual ensino médio). Até hoje fui o primeiro e único membro das famílias Campos e Guadagnini que estudou nesse colégio. Não foi fácil . . . o colégio era muito exigente e tinha por princípio o pragmatismo e a competição aberta entre os alunos, pelo melhor desempenho acadêmico. O objetivo era passar no vestibular, preferencialmente nas mais conceituadas universidades existentes (USP, ITA, FGV, Paulista de Medicina - UNIFESP). Até hoje esse é o objetivo principal do colégio e esse objetivo tem sido atingido ano após ano, já que o colégio é reconhecidamente o que mais aprova alunos nessas escolas conceituadas. Eu mesmo sou um exemplo disso, já que fui aprovado para cursar engenharia na Escola Politecnica da USP, em 107 lugar, entre mais de 10.000 concorrentes (fiquei entre os 1% melhor classificados). Devo dizer que foi um trabalho de equipe: bons alunos, vindos de familias com boa estrutura e que valorizavam o estudo e bons professores/bom colégio. Devo também dizer que tudo isso foi fundamental para conseguir terminar o curso na Escola Politecnica, tarefa também desafiadora, pelas dificuldades inerentes ao curso de engenharia que é ministrado lá (40% dos meus colegas simplesmente desistiram ante essas dificuldades). Quanto aos outros colégios citados, somente posso repetir o que foi escrito na tese pois não estudei neles, nem tenho amigos próximos que o fizeram. Basicamente o Santa Cruz é destinado a elite mais rica e tradicional (que é elite a mais tempo), explicado até mesmo pelo sua localização, no bairro do Alto de Pinheiros, que tem, por exemplo, o maior IDH da capital, quiça do Brasil. Já o Agostiniano Mendel é um colégio confessional, dirigido por padres jesuítas se não me engano, que procura seguir o modelo do Bandeirantes, mas, ao contrario do Bandeirantes, utiliza-se de uma disciplina rígida onde o aluno é "monitorado" permanentemente. Aparentemente os próximos familiares a estudar no Bandeirantes serão meus sobrinhos(as): Cesar, Flávia e Claudia. Ficarei aguardando e torcendo para que eles também sejam bem sucedidos.

Reminiscências do Passado - 30 anos da Formatura do Ginásio

Fui localizado por um colega do ginásio - o Julio. Neste ano tivemos a efemeride de 30 anos da conclusão do antigo primeiro grau, hoje chamado de ensino fundamental. A turma se reuniu e recebi uma foto tirada em 1978, com os 55 colegas de turma (eram duas classes). Eu conclui o primeiro grau com 14 anos, pois não repeti nenhuma série. Bons tempos aqueles . . .minha maior preocupação era ir a sessões duplas de cinema, no cinema do bairro e comer no rodizio de pizza do Grupo Sergio. Olho a foto da turma muitas vezes (ampliada) e aos poucos vou reconhecendo os rostos que ficaram na memória: Ze Roberto, Roberto Carlos, Julio, Valdemir, Mauricio, Lucimar, Nadeje, Sueli de Freitas, Arlete, Sidney. Alguns ainda não consegui reconhecer mas acho que é questão de olhar mais um pouco com atenção. Também recebi fotos do encontro realizado no último dia 19: não consegui reconhecer ninguem. Vejo por mim . . . estou muito diferente também. Imagino como aqueles softwares que tentam simular como pessoas desaparecidas no passado estariam hoje, principalmente em se tratando de crianças, podem fazer um bom trabalho. Mudamos muito na adolescência, quando os ossos da face terminam seu crescimento. Fica aqui o registro dessa época boa.

sábado, 20 de setembro de 2008

A Educação das Crianças de Hoje em Dia

Houve uma época, não muito distante, onde os pais eram os protagonistas na educação das crianças, mas precisamente a mãe, já que era em geral ela que ficava mais tempo, com maior frequência e em momentos de maior intensidade com os filhos. A influência dos pais só era suplantada pelos amigos, isso lá pelos 12 ou 13 anos, quando começava a adolescência. Havia mesmo pais que continuavam a influenciar seus filhos mesmo depois dessa idade. Hoje em dia, as crianças são abandonadas pelos pais, que trabalham em tempo integral. Ficam a mercê de babás, avós ou escolinhas e creches, isso na mais tenra idade. Logo depois as crianças ficam expostas a todo tipo de mídia: vídeos games violentos, televisão aberta, televisão a cabo, DVDs, internet, comunicadores instantâneos. Tudo isso susbtitui a pouca influência que os pais poderiam ter sobre seus filhos. Na prática, teremos uma geração educada pela mídia e pelo mundo virtual. Que geração será essa ? Quais serão seus valores ? Quem pode fiscalizar o que os filhos vêem e o tipo de mensagem que recebem ? Alguns problemas já estão acontecendo, principalmente com relação a inserção dos jovens no mundo do trabalho. No mundo das relações afetivas, o Sr Gikovate diz que os problemas continuam os mesmos de sempre. E ele fala de cima de sua experiência de 40 anos de terapia uhahahahaha ! Acho que uma coisa que a mídia já fez e isso é facilmente compreensível por quem conhece o poder da propaganda e seus objetivos, é criar uma geração de consumistas e hedonistas, pois isso atende aos objetivos das empresas de vender sempre mais e gerar mais lucros para seus proprietarios e acionistas. Outra consequência observável é a eliminação da infância, fazendo com que nossos filhos sejam erotizados precocemente e transformados em consumidores cada vez mais cedo, com o objetivo de que eles sejam consumidores "fieis" desde os 3 anos de idade, se possível. E ai do pai que não satisfizer todos os desejos de consumo do filho . . .poderá traumatizá-lo e ter de gastar fortunas com o analista no futuro . . . infelizmente tenho observado esse comportamento em algumas crianças, que fazem constantes comparações das posses materiais dos pais de seus amiguinhos. E tenho observado também que alguns pais gostam disso, embora outros tentem combater esse verdadeiro inferno competitivo que criamos para nossos filhos.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Indice de Massa Corporea - Calorias

Ontem estava conversando com uma amiga e resolvemos calcular o IMC (indice de massa corporea) nossos e de alguns conhecidos. Descobrinhos que algumas pessoas estão muito bem e outras muito mal, como por exemplo eu mesmo. Fiz uma pesquisa na internet e descobri que obesidade mórbida (também chamada de obesidade grau três) significava um IMC > 40. Fiquei no grau imediatamente anterior, obesidade grau dois. Mais pesquisas e descobri um artigo no site em português do "How Stuff Works" que não existe dieta mágica, mas uma aritmética simples de contagem de calorias, o tal do "balanço energético". Lá dizia que se não fizermos nada, queimaremos 1800 calorias apenas para mantermo-nos vivos. O problema é que os alimentos atualmente são extremamente calóricos e a vida sedentária, o que gera um superavit de calorias, que se acumulam na forma de gordura. Eles até fizeram uma conta e chegaram a conclusão que 3.500 calorias a mais significam 500 gramas de gordura adicionada ao corpo. Alternativamente, para perder 500 gramas de gordura temos de queimar 3.500 calorias, não importando de que forma. Ou seja, ou comemos menos calorias do que precisamos, e a diferença é "queimada" ou então fazemos exercício físico para queimar o excesso. Um problema adicional é que o corpo humano é uma máquina muito eficiente quanto falamos em gasto de energia para produir movimento, daí resultando ser necessário muito exercício para queimar poucas calorias. Muito mais fácil é mudar hábitos alimentares, passando a consumir alimentos menos calóricos mas que saciem a fome de forma efetiva. No site havia algumas dicas dessas medidas. É basicamente o que qualquer dieta feita por nutricionistas propõe . . . agora, se fosse fácil todos seriam como a Gisele . . .

domingo, 14 de setembro de 2008

Cargos Eletivos Legislativos no Estado de SP

Hoje li uma matéria sobre o número de cargos eletivos no estado de São Paulo. No total temos mais de 5.500 cargos de vereadores. Para deputado estadual são 94 vagas. E para deputado federal apenas 70 vagas. Percebemos então o aumento de dificuldade para se eleger deputado estadual ou federal. Com exceção de São Paulo e outras grandes cidades, tornar-se vereador parece ser o caminho mais natural antes de tentar outros cargos mais disputados. Na pratica temos o caso do Sr Clodovil Hernandes que de cara tornou-se deputado federal sem nunca ter tido qualquer experiência anterior, quer no executivo ou no legislativo. Só pode ser o "poder da mídia" . . .

sábado, 13 de setembro de 2008

Eleições em uma cidade como São Paulo

Existe um banco de dados muito detalhado no site do SEADE sobre as últimas eleições (desde 1998). Pela análise desse site, em conjunto com um trabalho feito pela Folha de São Paulo, que colocou uma breve descrição do perfil de cada candidato a prefeito e a vereador e um link para a página no TRE do candidato, podemos ter uma boa idéia do que significa uma eleição aqui em São Paulo. São 55 vagas de vereador e um orçamento de 25 bilhões para o prefeito administrar. O número de candidatos a vereador é de centenas. O número de votos necessários para se eleger vereador, dependendo da votação no partido (a votação é proporcional) deve ser de cerca 40.000. Ora, para conseguir 40.000 votos o candidato tem de ter sido necessariamente exposto na mídia. Por isso não é de se admirar que tantos jogadores de futebol e artistas tentem se candidatar. Temos o caso emblemático do Sr Clodovil Hernandes que conseguiu 479.000 votos. Outras possibilidades estão em sindicalistas, como Paulinho, Vicentinho e o próprio Lula, que foi deputado federal por um mandato se não me engano. Ser do sindicato tem tudo a ver com politica. Outros políticos de hoje foram líderes estudantis, em uma época que os estudantes eram altamente politizados. No meu tempo de universidade, com exceção do pessoal do Largo São Francisco (do curso de direito), que tem uma vertente quase natural para a política, pouco se falava do assunto. Tivemos também uma leva de engenheiros que tornaram-se prefeitos e governadores, alguns na época da ditadura e outros com passagem pelas secretarias de obras públicas, como Mário Covas. Resumindo: Não basta ter um bom currículo. Para ser eleito é preciso ser conhecido acima de tudo. Veja o exemplo do Enéas, que se elegeu várias vezes. Ou como dizem que o Maluf falava: Falem bem ou falem mal, mas falem de mim !

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Todos nós temos uma história triste para contar . . .

Essa é a mais pura verdade. Quem escapar de tristezas na infância e adolescência deve-se dar por feliz, pois é bem possível que infelicidades ocorrerão na idade adulta, madura e velhice. Aqui podemos lembrar outros textos como "Perdas" ou "Limitações". É como nos diz Dona Yole: quase nunca seremos tão felizes quanto quando somos crianças. As ameaças a nossa felicidade estão basicamente no campo profissional, com o desemprego e problemas com o chefe, no campo sentimental, com a grande incidência de divórcios e todo tipo de desencontro afetivo e no campo da saúde, com todo tipo de doença física e mental. Por isso devemos aproveitar muito bem os momentos de felicidade que pudermos desfrutar, pois nunca saberemos quando eles acabarão.

Você é uma Águia ou uma Galinha profissionalmente ?

Essa frase é parecida com aquela outra: "Há profissionais e profissionais . . ." Pois é . . . as empresas precisam de águias e de galinhas . . . já no serviço público acho que existe uma maior quantidade de "galinhas" rsrsrssrs . Na verdade sempre foi assim . . . a maioria das atividades é repetitiva e sem criatividade, portanto mais adequada ao modo de ser "galinha", conforme já escrevi outras vezes. Problemas podem surgir quando um profissional "águia" tem de se reportar a um gestor "galinha". Certamente o profissonal "águia" será o primeiro a ser demitido em caso de necessidade . . . normalmente o gestor "galinha" nem dará chance ao funcionário "águia": é o caso de um gerente ou diretor com curriculum fraco frente a um candidato forte em todos os aspectos: não vão querer alguém para lhes fazer sombra. Todas as vezes que mudam os chefes tudo pode acontecer. É como me disse meu terapeuta uma vez: mudou a pessoa mudou a relação.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Tudo na Vida são Fases

Já ouvi essa frase para justificar as mudanças que as pessoas implementam na sua vida. Acho uma resposta simplista, dessas que servem para tudo . . . Assim tudo seriam "fases" . . . os "amigos" que somem, os casamentos que se acabam, os filhos que são mau-educados, o aumento da arrecadação pelo governo, a pegação de pé de um novo chefe, o desaparecimento de uma profissão, enfim, tudo o que acontece seria uma "fase" . . . Realmente acho que existem coisas na vida que tem seu tempo, e uma das coisas que noto e que esse "tempo" não é respeitado por muitas pessoas. Pessoas com idade que querem realizar sonhos da juventude, como por exemplo ter uma moto potente. Por outro lado vejo pessoas que prolongam atititudes e comportamentos indefinidamente, tentando ignorar que seu tempo já passou, como por exemplo "mocinhas" de 50 anos que querem casar e ter filhos. Parece que a chave de tudo é o tempo. O espaço a internet e a globalização ajudaram muito a diminuir de importância. Mas o tempo parece reinar absoluto, como senhor de tudo e de todos.